quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Veneza - Itália

Veneza é uma cidade e comuna italiana da região do Vêneto, província de Veneza no nordeste de Itália. Tem cerca de 271 009 habitantes e é conhecida pela sua história, canais, museus e monumentos. A comuna de Veneza estende-se por uma área de 412 km², incluindo as ilhas de Murano, Burano e outras na lagoa de Veneza, tendo uma densidade populacional de 646 hab/km². Faz fronteira com Campagna Lupia, Cavallino-Treporti, Chioggia, Jesolo, Marcon, Martellago, Mira, Mogliano Veneto (TV), Musile di Piave, Quarto d'Altino, Scorzè, Spinea. A parte de Veneza em terra firme é a fracção comunal de Mestre.
A cidade foi formada num arquipélago da laguna de Veneza, no golfo de Veneza, no noroeste do mar Adriático. Tornou-se uma potência comercial a partir do século X, no qual sua frota já era uma das maiores da Europa. Foi uma das cidades mais importantes da Europa, com uma história rica e complexa e um império de influência mundial comandado pelos doges, os líderes da cidade. Como cidade comercial, tinha várias feitorias e controlava várias rotas comerciais no Levante. Eram suas feitorias cidades como Negroponto e Dyrrhachium (atual Durrës), assim como ilhas inteiras: Creta, Rodes, Cefalônia e Zante, por exemplo. O historiador Fernand Braudel classificou-a como a primeira capital econômica do Capitalismo.

O patrono da cidade é São Marcos (festa em 25 de abril). A festa do povo do Véneto é celebrada em 25 de março, data da fundação da cidade.É classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. Dos muitos monumentos e locais turísticos existentes, destacam-se a imponente Basílica de São Marcos, na adjacente Praça de São Marcos, a famosa Ponte de Rialto sobre o Grande Canal, construída em 1588 segundo projeto de Antonio da Ponte, a Ca' d'Oro e numerosas igrejas e museus.Veneza é ainda famosa pelos seus certames internacionais, como o Festival de Cinema e a Bienal de Artes, pela Regata Histórica, que ocorre no primeiro domingo de setembro, pelo fabrico de vidro, pelo Carnaval de Veneza, pelos casinos e pelos seus passeios românticos, levando muitos casais a passarem suas luas-de-mel.

Nesta cidade nasceram os Papas Gregório XII, Eugênio IV, Paulo II, Alexandre VIII, Clemente XIII e Pio X, além de numerosos artistas e arquitectos como Antonio Vivarini (1440-1480), Antonio da Ponte (1512-1595), Tintoretto (1518-1594) e Canaletto (1697-1768). No campo da música, foi aqui que nasceu e viveu Antonio Vivaldi (1678-1741).
Origens
Embora não haja nenhum registo histórico que lide diretamente com as origens de Veneza, os elementos disponíveis fizeram com que vários historiadores concordassem com a teoria de que a população original de Veneza era formada por refugiados de cidades romanas como Pádua, Aquileia, Altino e Concórdia (moderna Portogruaro), que fugiam das sucessivas invasões germânicas e hunas à Península Itálica no século V. Mais tarde, algumas fontes históricas romanas revelaram a existência de pescadores nas ilhas da lagoa de Veneza. Eles são referidos como incola lacunae (habitantes da lagoa).
Começando em 166-168, os Quados e os Marcomanos destruíram a atual Oderzo. As defesas romanas foram derrubadas no início do século V pelos Visigodos e, cerca de 50 anos depois, pelos hunos liderados por Átila. A mais duradoura invasão foi a dos lombardos em 568. A leste, o Império Bizantino estava estabelecendo domínios na região do atual Vêneto e as principais entidades administrativas e religiosas do império na Península Itálica foram transferidas para este domínio. Foram construídos novos portos nos domínios, incluindo Malamocco e Torcello na lagoa de Veneza.
O domínio bizantino na Itália Central e Setentrional posteriormente foi eliminado em grande medida pela conquista do Exarcado de Ravenna em 715 por Astolfo. Durante este período, a sede local do governo bizantino (a residência do "duque/doux", depois chamado de doge), foi situada em Malamocco.
Em 775-776, a sede do bispado de Olivolo (Helipolis) foi criada. Durante o reinado do doge Agnello Participazio (811-827), a sede ducal foi movida de Malomocco para a ilha protegida de Rialto (de "rivoalto", isto é, costa alta).
Veneza ocupa uma localização excepcional numa lagoa do Mar Adriático, a lagoa de Veneza.
O principal núcleo da cidade, o seu centro histórico, é constituído por um conjunto de ilhas no centro da lagoa, com um total de 60 053 habitantes. A estas ilhas no centro da lagoa há que juntar outras no estuário (30 295 residentes) e também na parte continental (180 661 residentes), que com os seus 130,03 km², representam cerca 83% da área emersa do território.
A cidade está coberta por 177 canais, 400 pontes e 118 ilhas, estando localizada entre a foz do rio Ádige (a sul) e do rio Piave (a norte). O centro histórico é totalmente pedonal, atuando como canais rodoviários, bem como os diferentes barcos, que são os únicos meios de transporte na zona. O centro histórico sempre esteve isolado de terra firme (algo que em numerosas ocasiões representou um eficiente sistema de defesa) até 1846, quando foi construída a ponte ferroviária. Em 1933, a Ponte della Libertà, com 4 km trouxe para a entrada da cidade o tráfego rodoviário, ligando Mestre à Piazzale Roma. A cidade dista cerca de 37 km de Treviso e 40 km de Pádua.
As outras principais ilhas da lagoa são: Lido, Murano, Burano e Torcello. Outras ilhas menores são São Miguel (a ilha do cemitério da cidade), Santo Erasmo, Mazzorbo, La Vignole, Certosa São Francisco do Deserto, São Giacomo em Paludo, São Servolo, São Lazzaro degli Armeni e Giudecca.
Clima
O clima de Veneza, como o vale do rio Pó, tende para o regime continental, e pode ter Invernos rigorosos e Verões quentes. A chuva pode atingir o valor máximo no Verão, com tempestades.
Veneza é mundialmente famosa pelos seus canais. A cidade foi construída sobre um arquipélago de 118 ilhas formadas por cerca de 150 canais numa lagoa rasa. As ilhas em que a cidade é construída são ligadas por cerca de 400 pontes. No velho centro, os canais servem a função de estradas, e de qualquer forma de transporte sobre a água ou a pé. No século XX, um aterro permitiu uma ligação ao continente, a construção da estação ferroviária de Venezia Santa Lucia em Veneza, uma estrada para automóveis e um estacionamento. Para além destas ligações para o continente no extremo norte da cidade, o transporte dentro da cidade continua a ser, como foi em séculos passados, inteiramente na água ou em pé. Veneza é a maior urbe da Europa com áreas livres para carros, única na Europa.
Transporte público
Um vaporetto em Veneza. Azienda Trasporti Consorzio Veneziano (ACTV) é o nome do sistema de transporte público em Veneza. Ele combina tanto o transporte terrestre, com autocarro, e o canal de viagens, com barcos-autocarros (vaporetti). No total, existem 25 rotas que ligam vários pontos na cidade.
Cursos de água
Gôndolas em Veneza. O barco clássico veneziano é a gôndola, mas agora é mais utilizado por turistas, ou para casamentos, funerais ou outras cerimónias. A maioria dos venezianos agora viaja em barcos motorizados (vaporetti) que fazem viagens regulares ao longo das rotas principais dos canais da cidade e entre ilhas. A cidade também tem muitas embarcações privadas. As únicas gôndolas ainda de uso comum pelos venezianos são os Traghetti, onde os passageiros atravessam o Grande Canal em determinados momentos, sem pontes. Os visitantes podem ainda tomar os barcos-táxis entre áreas da cidade.



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