quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sintra - Portugal


Sintra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, na região de Lisboa, sub-região da Grande Lisboa e na Área Metropolitana de Lisboa.
É sede um município com 317 km² de área e 445 872 habitantes (2008), subdividido em 20 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Mafra, a leste por Loures e Odivelas, a sueste pela Amadora, a sul por Oeiras e Cascais e a oeste pelo oceano Atlântico.
A Vila de Sintra inclui o sítio Paisagem Cultural de Sintra, Patrimonio Mundial da UNESCO e tem recusado ser elevada a categoria de cidade, apesar de ser sede do segundo mais populoso município em Portugal, segundo a Câmara Municipal de Sintra.
Existe ainda todo um patrimonio literário que transformou este Sintra numa referência quase lendária. Sintra, cuja mais antiga forma medieval conhecida "Suntria" apontará para o indo-europeu “astro luminoso” ou “sol”, terá sido designada por Varrão e Columela como Monte Sagrado.

A História de Sintra
Vista da Vila a partir do Castelo de Sintra. Podemos encontrar em Sintra testemunhos de praticamente todas as épocas da história portuguesa e, não raro, com uma dimensão que chegou a ultrapassar, pela sua importância, os limites deste território. Na candidatura de Sintra a Património Mundial/Paisagem Cultural junto da UNESCO, tratou-se de classificar toda uma área que se assumiu como um contexto cultural e ambiental de características específicas: uma unidade cultural que tem permanecido intacta numa plêiade de palácios e parques; de casas senhoriais e respectivos hortos e bosques; de palacetes e chalets inseridos no meio de uma exuberante vegetação; de extensos troços amuralhados que coroam os mais altos cumes da Serra. Também de uma plêiade de conventos de meditação entre penhascos, bosques e fontes: de igrejas, capelas e ermidas, pólos seculares de fé e de arte; enfim, uma unidade cultural intacta numa plêiade de vestígios arqueológicos que apontam para ocupações várias vezes

Do Neolítico à Idade do Bronze
Os mais antigos testemunhos de ocupação humana localizam-se num cume da vertente Norte da Serra de Sintra. Trata-se da ocupação epipaleolítica da Penha Verde, comprovada por abundantes utensílios de tipo microlaminar. Testemunho de uma ocupação do Neolítico é o sítio de ar livre de São Pedro de Canaferrim, junto à Capela do Castelo dos Mouros. Ocupação testemunhada pela presença de cerâmicas decoradas — incisas, impressas e com aplicações — associadas a uma indústria lítica talhada em sílex, datada pelo método do radiocarbono de inícios do V milénio a.C. A originalidade deste sítio, enquadrado em termos cronológico-culturais na corrente circum-mediterrânica, consiste na sua implantação na paisagem, em plena montanha. Vestígios vários da Idade do Bronze Atlântico (segunda metade do II milénio a.C. - inícios do I), surgem em diversos locais da Serra de Sintra, quer a nível de habitats (Parque das Merendas, junto à Vila), quer em contextos votivos (Monte do Sereno). Do Bronze Final ou período Orientalizante, séculos IX-VI a.C, de novo e intensamente virado para a Bacia Mediterrânica, existe um importante e vasto povoado localizado sob o Castelo dos Mouros.


Domínio muçulmano
Porta islâmica no Castelo dos Mouros (Sintra). Após a Invasão muçulmana do século VIII, a região de Sintra foi ocupada, tendo a povoação recebido o nome de as-Shantara e sido erguida a primitiva fortificação da penedia, entre o século VIII e o IX, para controlar estrategicamente as vias terrestres que ligavam Sintra a Mafra, Cascais e Lisboa.
Respiradouros da cisterna de grande capacidade, que remonta ao período islâmico. No seu interior abobadado brota a nascente que abastecia o Palácio Nacional de Sintra. Castelo dos Mouros (Sintra) Durante o domínio muçulmano surgem os primeiros textos que referem explicitamente a Vila de Sintra (Xintara ou Shantara em árabe). Sintra é apresentada no século X pelo geógrafo Al-Bacr, fixada por Al-Munim Al-Himiari, como «uma das vilas que dependem de Lisboa no Andaluz, nas proximidades do mar». Outros textos assinalam-na como o centro urbano mais importante logo a seguir a Lisboa, neste território. Sintra «uma das regiões onde as maçãs são mais abundantes atingem uma tal espessura que algumas chegam a ter quatro palmos de circunferência» (Al-Bacr), Lisboa a Al-Usbuna que foi durante o período de ocupação muçulmana um importante centro economico de tal dimensão que o cruzado Osberno, à data da reconquista, se lhe referiu como «o mais opulento centro comercial de toda a África e de uma grande parte da Europa.
Seu ponto mais alto possui 528 metros de altitude. No âmbito contextual de natureza, arquitectura e ocupação humana, Sintra evidencia uma unidade única, resultado de diferentes motivos conjugados, entre os quais o peculiar clima proporcionado pelo maciço orográfico que constitui a Serra de Sintra e a fertilidade das terras depositadas nas várzeas circundantes. A relativa proximidade do estuário do Tejo, e - a partir de dada época - a vizinhança de Lisboa, cidade cosmopolita e empório de variadas trocas comerciais, fizeram com que desde cedo a região de Sintra fosse alvo de intensa ocupação humana. Na costa marítima da freguesia de Colares, no conselho de Sintra, localiza-se o Cabo da Roca. 140m acima do nível do mar, com as coordenadas geográficas N 38º47', W 9º30' é o ponto mais ocidental do continente europeu, ou, como escreveu Luís de Camões, o local “Onde a terra se acaba e o mar começa” (in Os Lusíadas, Canto III).

Clima
Dois fatores contribuem decisivamente para as condições climáticas que se fazem sentir na região sintrense. O primeiro tem a ver com a situação do conselho em relação ao Oceano Atlântico; o segundo com a barreira de condensação que a Serra de Sintra constitui.
Desta maneira podemos observar que os níveis de radiação diminuem de Sudeste para Noroeste, isto é, à medida que nos aproximamos da costa. A insolação apresenta o mesmo tipo de variação mas, na zona da Serra registam-se valores tão baixos como aqueles que se verificam na Assafora e território adjacente, o que se deve à nublosidade aí existente. Quanto à temperatura, ela tem os seus valores mais baixos na zona da Serra e no extremo Nordeste do concelho; no primeiro caso devido à altitude e no segundo às condições de relativa continentalidade. Finalmente, quanto à precipitação, verificam-se duas situações bem diferenciadas: uma mais seca, junto ao litoral, e outra mais húmida, que abrange a zona de influência directa da Serra (onde a precipitação atinge o seu máximo) e toda a área oriental do conselho.

Sintra é ainda hoje a "nobre vila cercada de muitas quintas, amenos bosques com muitas fontes de excelente água" a que se referem diversos autores antigos.
Região turística por excelência, Sintra é um dos locais mais aprazíveis e privilegiados existentes em Portugal. Da vasta Serra verdejante e rochosa, numa situação admirável de pitoresco e amplos panoramas, até ao literal de imponente beleza marinha, Sintra é, em boa verdade, "um jardim do paraiso terreal".As potencialidades da região sintrense não se restringem ao encanto selvagem da Serra, envolta por vezes em neblinas, e aos valores artísticos da Vila Velha, "a mais aprazível da Europa", segundo Byron, antes englobam, no seu espaço, preciosas relíquias arqueológicas, sobretudo do período romano, vetustas quintas senhoriais, igrejas de personalizado acento, e característicos aglomerados de construção saloia.. As potencialidades turísticas de Sintra incluem a produção vinícola, de comprovada qualidade, a riqueza industrial dos mármores que, secularmente, têm vindo a embelezar diversas regiões), a sua doçaria e culinária tradicional, e, por fim, a fecunda produção das suas oficinas de artesanato.
"Em toda a terra portuguesa, em toda a terra da Europa, Sintra surge come um dos mais belos e raros lugares que a invenção prodigiosa da natureza logrou criar", escreveu o poeta Afonso Lopes Vieira. Pelas palavras do poeta inglês Robert Southey, Sintra é descrita como "o mais abençoado lugar de todo o globo habitável”. Com a inauguração da linha de caminho-de-ferro, entre Lisboa e Sintra, em 1887, a Vila adquiriu foros de estância de veraneio da burguesia lisboeta e expandiu-se em termos urbanísticos, atraindo também cientistas e historiadores de renome, que começaram a estudar metodicamente os seus valores seculares


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