sábado, 19 de junho de 2010

PROTEÇÃO DA NATUREZA - GGrube

Será que um dia vamos proteger a natureza como ela merece, ou sempre apenas, o "faz de conta"?

Utilizamos violentamente os recursos naturais. Quando nada mais resta, que seja economicamente viável explorar, falamos em proteção. Proíbe-se, então a caça, pesca e extração, com o  "nobre" argumento da preservação. Os nativos, extremamente prejudicados pela predação, que os deixaram até, sem como sobreviver, são agora ainda totalmente proibidos de valer-se da natureza, como sempre fizeram. Cercam e proíbem. Fazem turismo ecológico. Só turistas podem visitar. Tiram dela a última coisa lucrativa que pode dar. Os nativos são alijados. Como sempre.

Muitos países arrasaram a África com a caça de elefantes, pelo seu marfim, com a caça esportiva, seus safáris, rinocerontes, leões, leopardos e impalas. Retiravam apenas os dentes, chifres, cabeça, pele, ou seja, lá o que era considerado como troféu. Estes iam enfeitar as bibliotecas e escritórios de mahogany em toda a Europa. O resto apodrecia.

Agora, surgem dezenas de "protetores da natureza", destes mesmos países, fazem filmes ecológicos, estudam a natureza e ainda ganham dinheiro com o ecoturismo. Determinam medidas de proteção, consultoria especializada. Dá para notar que, "sinceramente", amam os elefantes, rinocerontes, leões, leopardos e impalas.

As mesmas espécies que adoravam caçar, décadas atrás! Vemos constantemente esses filmes no Discovery Channel e BBC. Recomendam medidas de preservação e, principalmente, é claro, a proibição da caça. Ninguém mais pode caçar. É para proteger a natureza. Mesmo quando feita apenas com zagaias, pelos negros.
Não é honesto. Destruíram e agora criam uma imagem de benfeitores ecológicos. Mas "o pato" não são eles que pagam. Isto fica por conta dos nativos, que não podem mais utilizar-se dela para viver. Estes se tornaram caçadores ilegais e criminosos.
É o que vai acontecer com o Pantanal. Sumirá sua fauna, vegetação e peixes. Não sei como, mas, o destino dele, é ser um deserto, desabitado e sem água. Aconteceu isso com o mar de Aral, na antiga União Soviética. Um mar enorme, grande parte, virou deserto. Quase aconteceu também, com os Everglades, nos Estados Unidos.Aí então, casa arrombada, tranca na porta e janela. E assim é no mundo inteiro.
Este modo de proteger a natureza não serve. É muito pouco. Não estamos dispostos a gastar nem deixar de ganhar. Não queremos também resolver o problema dos que foram erradicados pela devastação da natureza, pois isto custa dinheiro. Mesmo sabendo que eles irão gerar problemas ecológicos, se ficarem no campo ou problemas ambientais e sociais, indo para as cidades. Não dá. Sem redução de lucro, igualdade entre ricos e pobres, leis ambientais severas, efetivação destas leis, tecnologia voltada para o meio ambiente e controle populacional, nada feito. Nos últimos mil anos gastamos talvez uns 70% da natureza que existe. Recursos animais, vegetais e minerais. E a situação não está nada boa. Destruir os 30% que ainda restam, certamente, não resolverá o problema de ninguém. Depois disso, a catástrofe.
O turismo e ecoturismo, apenas arranham o problema. Criam, na verdade, uma falsa impressão, que alguma coisa está sendo feita para proteger a natureza.
São, na verdade, nada mais que um ópio tranqüilizador. Só isso.

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