A Estação Espacial Internacional''( International Space Station'' ou simplesmente ISS) é um laboratório espacial. A montagem em órbita da EEI começou em 1998 e a estação encontra-se em uma órbita baixa (entre 340 km e 353 km) que possibilita ser vista da Terra a olho nu. Viajando a uma velocidade média de 27 700 km/h, a Estação completa 15,77 órbitas por dia. Na continuidade das operações da Mir russa, do Skylab dos Estados Unidos, e do planejado Columbus europeu, a Estação Espacial Internacional representa a permanência humana no espaço e tem sido mantida com tripulações de número não inferior a dois elementos desde 2 de Novembro de 2000. A cada substituição da tripulação, a estação comporta ambas equipes (em andamento e a próxima), bem como um ou mais visitantes.
A ISS envolve diversos programas espaciais, sendo um projeto conjunto da Agência Espacial Canadense (CSA/ASC), Agência Espacial Européia (ESA), Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), Agência Espacial Federal Russa (ROSKOSMOS) e Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) dos Estados Unidos da América.
A estação espacial encontra-se em órbita em torno da Terra a uma altitude de aproximadamente 360 quilómetros, uma órbita tipicamente designada de órbita terrestre baixa (na verdade, a altitude varia ao longo do tempo em vários quilómetros devido ao arrastamento atmosférico e reposição). A estação perde, em média, 100 metros de altitude por dia e orbita a Terra num período de cerca de 92 minutos. Em 27 de Junho de 2008 (às 01:01 UTC) completou 55 000 órbitas desde o lançamento do módulo Zarya.
A estação é atendida principalmente pelo vaivém espacial (denominado ônibus espacial no Brasil) e pelas naves Soyuz e Progress. Atualmente a estação já está pronta para suportar tripulações de seis elementos. Até julho de 2006, todos os membros da tripulação permanente provinham dos programas espaciais russos ou norte-americanos. No entanto a partir dessa data a ISS tem recebido tripulantes das Agências Espaciais Européia, Canadense e Japonesa. A Estação Espacial também já foi visitada por muitos astronautas de outros países e por turistas espaciais. É comum a confusão que se faz com "gravidade zero", o que não ocorre no local. A gravidade aproximada do local, levando-se em conta um raio de 6.378,1 Km terrestre é de 8,3 m/s² - 8,4m/s², pela igualdade da Lei da Gravitação Universal (LGU) e o Peso, o que é considerável. O efeito "gravidade zero" ocorre porque a estação está "caindo eternamente" por causa da curva ocasionada pela "força centrípeta".
Manufatura e montagem da EEI
A construção completa da ISS irá depender de mais de 50 missões de montagem e utilização. Destas, 39 são assistidas pelo ônibus espacial. Adicionalmente a estas missões, aproximadamente 30 missões Progress serão necessárias para providenciar a logística. No final, a ISS irá operar com um volume de pressurização de 1 200 metros cúbicos, uma massa de 419 000 quilogramas, 110 kilowatts de potência, e uma estrutura de suporte de 108,4 metros de comprimento, com módulos de 74 metros e tripulações de seis elementos.
A manufatura dos módulos e da estrutura que compõem a EEI foi realizada por diversas empresas contratadas pelas agências espaciais que formam o grupo responsável pela montagem e manutenção da mesma. A parte americana da estação foi manufaturada principalmente por quatro companhias, são elas: Boeing, General Electric's Astro-Space Division, McDonnell Douglas e a Rocketdyne Division of Rockwell. A parte russa foi manufaturada pela empresa RKK Energiya, que também construiu o módulo Zarya, financiada pelos E.U.A. A Europa contribuiu construindo os módulos Node 2 (Harmonia) para os E.U.A e o laboratório Columbus. O primeiro foi construído pela empresa Thales Alenia Space, baseada em Cannes, na França e o segundo numa parceria entre a Thales Alenia e a empresa EADS Astrium. A contribuição japonesa (laboratório Kibo) foi manufaturada pela Mitsubishi e a canadense (braço robótico Canadarm) através da empresa MD Robotics, subsidiária da companhia MDA (MacDonald Dettwiler).
A primeira secção da EEI foi colocada em órbita em 1998 e mais duas partes foram adicionadas antes do envio da primeira tripulação, que chegou à estação a 2 de Novembro de 2000 e consistia do astronauta norte-americano William Shepherd e de dois cosmonautas russos, Yuri Gidzenko e Sergei Krikalev. Nesta época foi decidido designar a estação espacial de "Alpha", embora o uso do nome estivesse restrito à missão.
Após quase uma década de montagem, a configuração da estação (em junho/2008) contava com uma massa de 300 214 kg e 358 metros cúbicos de espaço habitável. Para chegar a essa configuração foram necessárias 26 missões norte-americanas do ônibus espacial e 48 missões russas. Destas últimas, 16 foram tripuladas e 32 não tripuladas. A construção também necessitou de 112 caminhadas no espaço, 28 das quais a partir do ônibus espacial e 84 a partir da própria ISS. No total, o tempo utilizado nessas caminhadas no espaço foi de 706 horas. Nesse processo também foram necessárias a realização de 18 000 refeições.
A EEI tem tido uma história problemática. Inicialmente planejada como uma "Estação Espacial Livre" da NASA, assim promovida pelo Presidente Reagan, mostrou-se demasiado dispendiosa. Após a Guerra Fria, foi retomada como um projecto conjunto entre a NASA e a Rosaviakosmos russa. Desde essa altura o seu custo tem-se mostrado muito superior ao projetado inicialmente pela NASA, além de estar com seu cronograma de montagem bastante atrasado. Em 2003 ainda era incapaz de acomodar uma tripulação de seis, conseqüentemente limitando a quantidade de ciência passível de se realizar, o que também não beneficiava as relações com os parceiros europeus, japoneses e canadenses do projeto. Em Julho de 2004, a NASA concordou em completar a estação até ao nível de suporte de seis membros e ao lançamento de secções adicionais como o módulo japonês de experiências. Enquanto a NASA continua responsável por gerir a construção, a Rússia mantém a continuidade do lançamento e recolha das tripulações de e para a estação.
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