domingo, 24 de julho de 2011

Parque Nacional de Abrolhos

Na região entre Caravelas, sul da Bahia, e São Mateus, norte do Espírito Santo, a plataforma continental prolonga-se por mais de 200 quilômetros para fora da costa, formando extensos planaltos submersos com profundidades médias de 200 metros. Suas bordas, muitas vezes, elevam-se bruscamente para 50 metros de profundidade para depois decair, com igual abruptez, para mais de 400 metros de fundo. Esses trechos rasos da plataforma serviram de base para numerosos recifes de coral, muito perigosos para a navegação. Neste contexto geológico é que se situa o Arquipélago dos Abrolhos, distando aproximadamente 70 km (35 milhas) da costa, na altura de Caravelas, e dentro dos limites do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (90,3 mil hectares). Trata-se de um complexo e maravilhoso ecossistema marinho, com águas transparentes (visibilidade de 25 a 30 metros), relativamente calmas e profundidades médias de cinco metros. A temperatura média da água é de 22/24 graus C.
O parque está assentado sobre cinco formações rochosas: as ilhas de Santa Bárbara, Siriba, Redonda, Sueste e Guarita. Dispostas em arco, por serem provavelmente restos da borda de uma cratera vulcânica, essas formações rochosas abrigam um dos maiores, mais raros e exuberantes recifes de coral do Atlântico Sul. Além das ilhas, o parque comporta também o Parcel dos Abrolhos e o Recife dos Timbebas.
Abrolhos apresenta uma formação coralina única no mundo, o chamado "chapeirão", cuja forma lembra um cogumelo ou um cérebro, e que vão do fundo (16 metros) até a superfície. Em vários locais, alguns chapeirões se desenvolvem próximos um dos outros, unindo-se pelo topo e formando bancos de recifes (verdadeiros labirintos de colunas infestados de peixes) que representam grande obstáculo à navegação.
No período de julho a novembro as baleias jubarte chegam e concentram-se com o propósito de reprodução e cria de seus filhotes.
Entre os peixes, destacam-se os parus, barracudas, garoupas, badejos, budiões, pargos, caranhas, meros, enguias, arraias, moréias, além da presença de tartarugas, golfinhos, tubarões e uma infinidade de peixinhos coloridos, transformando Abrolhos num magnífico aquário natural.
Já as superfícies das ilhas vivem abarrotadas de aves marinhas, que também escolheram este paraiso para se multiplicarem.
Toda esta rica fauna atraiu Charles Darwin a visitar o arquipélago para realizar alguns estudos em 1830. E pensar que ele não pode ver o que estava submerso...
O parque Nacional Marinho dos Abrolhos foi criado pelo decreto 88.218 de 06/04/1983. Poucos países no mundo possuem tantos Parques Nacionais (PARNA) quanto o Brasil: 35; dentre eles, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Os PARNA foram criados com a finalidade de preservar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora e fauna e das belezas naturais, com a utilização para fins educacionais, recreativos ou científicos, sendo neles proibida qualquer forma de exploração dos recursos naturais.
Os PARNA comportam a visitação pública com fins recreativos e educacionais, de acordo com as normas estabelecidas pelo IBAMA. Permitem também as pesquisas científicas, desde que autorizadas pelo órgão responsável pela sua administração.
Dicas do IBAMA para o turismo dentro do parque nacional:
Não produza lixo dentro da área do Parque. Caso seja realmente inevitável, recolha tudo e leve consigo até uma lixeira na área urbana; Não realize a pesca e a caça esportiva, proibidas no interior do Parque; Deixe a vegetação nativa intacta; A coleta de qualquer material não é permitida; Ao fotografar ou desfrutar do lazer junto à natureza, evite molestar os animais;Quando em grupos, procure guias locais autorizados para melhor aproveitar sua visita; O Parque Nacional tem uma área de entorno de 10km, onde as atividades e usos são controlados, devendo ser compatíveis com a preservação ambiental; Não tire nada a não ser fotografia; Não deixe nada a não ser pegadas; Não mate nada a não ser o tempo; Tudo o que existe em um Parque Nacional pertence à comunidade/Estado. Aprenda a conhecê-lo e respeitá-lo. Aprenda a gostar dele; Com sua ajuda esse patrimônio poderá ser mostrado para as gerações futuras.

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